O MOSTEIRO CISTERCIENSE DE SANTA MARIA DE SALZEDAS

O MOSTEIRO CISTERCIENSE DE SANTA MARIA DE SALZEDAS


A fundação do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas deve-se a D. Teresa Afonso, segunda mulher de D. Egas Moniz, senhor destas terras, no século XII.
Salzedas deve o seu nome a um lugar situado a cerca de 1500 metros, na confluência dos Rios Varosa e Torno ou Galhosa, cujo nome de Salzedas, teria a ver com a vegetação dominante de salgueiros que ladeariam as margens dos cursos de água. 

O lugar onde hoje se ergue a povoação teria o nome de Vila de Argeriz.
A alteração deveu-se à transferência dos frades do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas para a nova Abadia de Argeriz, que também teria sido patrocinada por D. Teresa Afonso, com o beneplácito real. O novo Mosteiro adoptou o nome do anterior e lentamente a designação estendeu-se ao local. A forma plural de Salzedas constitui-se por volta do século XIV.

O Mosteiro cresce e prospera, protegido pela nobreza local que lhe faz inúmeras doações e o escolhe como local de repouso definitivo. Inicialmente com Abades vitalícios, passa a tê-los, a partir do século XVI, trienais. O poderio económico e o vasto dominium que a Abadia acumula durante o período medieval torna-se a segunda casa Cisterciense, com uma riqueza só superada por Alcobaça, Casa-Mãe da Ordem em Portugal. As suas propriedades espalham-se pelo interior das Beiras e Douro. Ainda hoje restam, como símbolos do seu poderio, a imponente Igreja, anexos e ponte fortificada de Ucanha que, na fronteira do Couro, se destinava ao controlo fiscal, mas que para muitos era apenas um sinal de ostentação abacial e senhorial.

A Abadia sofreu remodelações ao longo dos tempos, facto que a faz perder a traça original, principalmente na última intervenção levada a efeito no século XVIII. As invasões napoleónicas interrompem as obras, pelo que a imponente fachada fica inacabada, e assim permanece até hoje. O recheio artístico que acumulou ao longo dos anos, e de que hoje restam pouquíssimos testemunhos, desapareceram. No seu vasto património, contavam-se quintas e imóveis no Concelho de Lamego
Após a extinção das Ordens Religiosas em 1834, o Mosteiro é pilhado, incendiado e vendido a particulares. 
Ao longo dos anos foi sendo privado por meios legais do restante espólio, e os edifícios votados ao abandono. 
A valiosa documentação levada para o Seminário de Viseu teve o mesmo fim que a do Mosteiro de S. João de Tarouca.
Informação que poderá ser obtida na Biblioteca/Arquivo Municipal de Lamego

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